EXPOSIÇÃO “RISO AMARELO”
OBRAS DE JOSÉ DE LEMOS
NO EXTINTO DIÁRIO POPULAR
ATÉ DIA 9 DE ABRIL
CASA DA CULTURA DE SETÚBAL
José Ruy alertou-nos para esta exposição, de que foi apresentador (com Rosário Alçada Araújo) na inauguração. Infelizmente não nos foi possível colocar este post antes de dia 14 passado.
Uma exposição de desenhos do antigo “Riso Amarelo”, rubrica criada pelo ilustrador José de Lemos no extinto Diário Popular, foi inaugurada esta sexta-feira, na Casa da Cultura, em Setúbal.
A mostra, patente até 9 de abril, exibe algumas das ilustrações publicadas no vespertino, com a particularidade de suprimir a legendagem original de cada trabalho, o que deixa ao imaginário dos visitantes a interpretação das figuras e realça o rigor da linguagem estética de José de Lemos.
A mostra, patente até 9 de abril, exibe algumas das ilustrações publicadas no vespertino, com a particularidade de suprimir a legendagem original de cada trabalho, o que deixa ao imaginário dos visitantes a interpretação das figuras e realça o rigor da linguagem estética de José de Lemos.
O acervo em exposição pertence a Eugénio Fidalgo, proprietário do restaurante Fidalgo, em Lisboa, a quem o ilustrador ofereceu muitas das criações de o “Riso Amarelo”.
A mostra, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo atelier DDLX, foi inaugurada pelo ilustrador José Ruy e por Rosário Alçada Araújo.
José de Lemos nasceu em 1910 e morreu em 1995. Além de criar o “Riso Amarelo”, rubrica que se tornou famosa pela visão crítica da sociedade portuguesa da época através de desenhos e comentários assertivos, notabilizou-se ainda por um vasto conjunto de trabalhos desenvolvidos na área do desenho e da ilustração, além de criar diversas obras de cariz infantil, para as quais concebeu as imagens, assim como as histórias.
A mostra, de entrada livre, pode ser visitada na Galeria de Exposições da Casa da Cultura de terça a quinta-feira, das 10h00 às 24h00, às sextas-feiras e aos sábados, das 10h00 à 01h00, e aos domingos, até às 20h00.
José de Lemos
Foi o segundo grande desenhador, para além de Tom, a aportar a O Papagaio, a partir de 1935. A presença de José de Lemos na revista alargou-se, principalmente, após a retirada daquele outro desenhador. Quase toda a parte gráfica passou a estar a seu cargo. Autor de HQ inventadas por si ou por Adolfo Simões Müller, criou o herói "Bambino, o Cão Ladino" reencarnação do "Fox", que desenhara para a Semana Ilustrada. O galã continuava a ser um cachorro e os patifes gatos chineses. José Neves de Lemos nasceu em Lisboa, a 23 de Abril de 1910, e estreou-se no Rebelde. Deliciou várias gerações de crianças (e de adultos) com os seus finos quadros humorísticos. Escritor e ilustrador de contos infantis, foi galardoado por duas vezes com o prémio Maria Amália Vaz de Carvalho. Os seus primeiros cartoons e HQ apareceram no Sempre Fixe, em 1927-28, perseverando em muitas revistas e jornais ulteriores, como O Escuteiro, Diário de Lisboa, Magazine Bertrand, Ilustração, Cinegrafia, Actualidades, Atlântico, Civilização, Kino, Jornal da Noite, Almanaque de O Século, Globo, Imagem, Ribalta, Animatógrafo, Acção e Acção Infantil, Panorama, Debate, A Campanha, etc. Para além de O Papagaio, podemos encontrar histórias aos quadradinhos suas em Semana Ilustrada (1931-32), Acção (1936), O Tiroliro (a partir de 1937, no suplemento de A Voz), Acção Infantil (1941-42), Página Infantil do Diário Popular, a partir de 1942. Foi durante décadas um dos pilares deste jornal, desde o seu início, com ilustrações, contos intantis, histórias aos quadradinhos, algumas maquetizações, e com os cartoons de "Humor Amarelo", que continuou até ao encerramento do Diário Popular em 1992 — com publicação de diversos álbuns e livros infantis. Não sobreviveu ao jornal por muito tempo, tendo falecido a 21 de Abril de 1995, na sua cidade natal.
In Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal, de Leonardo De Sá e António Dias de Deus, Cadernos NonArte, CNBDI, edições Época de Ouro, 1999
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Histórias e Bonecos, Contos e Ilustrações de José de Lemos, in Almanaque Silva
O Compadre Simplório tem os pés tortos, Edições Ática, 1959 - in Almanaque Silva
Histórias e Bonecos, texto e ilustrações de José de Lemos
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