Público, 6 de Setembro de 2013
LANTERNA VERDE E ARQUEIRO VERDE:
OS GLADIADORES ESMERALDA
CHEGAM À COLECÇÃO DC
João Miguel Lameiras
Super-Heróis DC Comics – Volume 10
Lanterna Verde/Arqueiro Verde: Inocência Perdida
Argumento – Denny O'Neil e Elliot S. Maggin
Desenhos – Neal Adams, Frank Giacoia e Dick Giordano
Quinta-feira, 12 de Setembro, por + €8,90
O volume que chegará às bancas na próxima quinta-feira, marca uma viragem nas histórias de super-heróis, que pela primeira vez reflectem sobre os dramas do mundo real, do racismo à segregação económica, passando pelo flagelo das drogas, pela ecologia e pela guerra do Vietname.
Esse importante momento de viragem deu-se no início da década de 70, quando o editor Julius Schwartz decide entregar a revista Green Lantern, então à beira do cancelamento, ao escritor Denny O'Neil, que vai ter a companhia de um jovem ilustrador, então praticamente desconhecido, chamado Neal Adams. Juntos, criam uma das mais sólidas duplas de criadores da história dos comics de super-heróis, cujo trabalho superlativo com o Barman, os leitores do Público puderam descobrir no volume anterior desta colecção. Mas foi nas aventuras do Lanterna Verde e do arqueiro Verde que a abordagem realista da dupla à América em que viviam se inicia.
Nas histórias de Adams e O'Neil, o Lanterna Verde vai trocar os combates intergalácticos a que estava habituado, pela realidade da América profunda, que percorre na companhia do Arqueiro Verde. Uma América onde há racismo, trabalho escravo e a lei protege os corruptos. Uma América que chora a morte dos Kennedy e de Luther King, com uma juventude que procura fugir à ameaça real da guerra do Vietname refugiando-se na droga. Tudo temas controversos, aqui tratados de forma directa e sem grandes subtilezas. Veja-se o famoso díptico de histórias dedicado ao problema das drogas, em que o Arqueiro Verde descobre que o seu pupilo Speedy, é viciado em heroína, que tanta controvérsia causou. Em suma, este volume traz-nos um punhado de histórias clássicas, magnificamente ilustradas por Neal Adams, que fizeram história. Verdadeiros clássicos, que mais de 40 anos depois da sua publicação original, mantêm toda a importância e relevância, tendo sabido envelhecer muito bem, com a dignidade de um bom vinho vintage.
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