quarta-feira, 28 de março de 2012

BDpress #331: IRMÃOS METRALHA – 60 ANOS DE ASSALTOS FALHADOS – Pedro Cleto no JN



Esta estava esquecida em arquivo desde o final do ano passado, mas é imperdível.

Jornal de Notícias, 22 Novembro 2011

60 ANOS DE ASSALTOS FALHADOS
IRMÃOS METRALHA ESTREARAM-SE NOS QUADRADINHOS EM 1951

F. Cleto e Pina

Há 60 anos, os irmãos Metralha aproveitaram um rombo na caixa forte do tio Patinhas para encherem baldes com dinheiro. Era o primeiro de muitos assaltos, quase todos falhados, desta família de vilões.

A estreia ocorreu na história “Terror of the Beagles Boys”, publicada na revista Walt Disney's Comics And Stories #134, datada de Novembro de 1951, embora ela já estivesse desenhada desde Maio desse ano, como obrigavam os prazos de trabalho então em vigor. A sua ascensão a co-protagonistas só aconteceria em Março do ano seguinte, em “Only a Poor Old Man”, incluída no número de estreia da revista “Uncle $croodge”. Portugal descobriu os irmãos Metralha através da revista brasileira Pato Donald #59, de 23 de Dezembro de 1952, onde a história foi intitulada “O Vil Metal E Os Vilões”.

O seu criador foi Carl Barks (1901-2000), o mais famoso desenhador dos patos Disney que, com certeza sem o saber, introduzia um trio de personagens que se tornariam indispensáveis nas aventuras do Tio Patinhas.

Se na altura da estreia ainda não envergavam o tradicional uniforme de camisola laranja e calças azuis, com os números de presidiário estampados, substituídos na época pelo seu nome - Beagles Boys - os irmãos Metralha já possuíam os característicos bonés e as máscaras negras em volta dos olhos. Aliás, com excepção dos “Duck Tales”, em que receberam nomes começados por B, os Metralha foram sempre distinguidos pelo seu número prisional, feito de variações dos algarismos 1, 6 e 7.

Nessa sua primeira aparição - das muitas que haveriam de fazer daí em diante para atormentarem o pato mais rico do mundo - eram só três mas, ao longo dos anos, muitos outros familiares foram sendo criados: irmãos e irmãs, primos e primas, um avô amnésico, netos e netas, o Azarado, o Supersenvível, o Intelectual e até um gato.

Mais tarde, nos anos 90, quando o norte-americano Don Rosa tentou definir, em “A Saga do Tio Patinhas” (“The Life and Times of Scrooge McDuck”), uma cronologia da família Pato, baseada nas pistas deixadas nas suas histórias por Barks, antecipou no tempo a inimizade entre assaltantes e assaltado, situando as suas origens no final do século XVIII, quando Patinhas enfrentou os pais e o avô dos actuais bandidos.

A história de estreia, assentava nas preocupações do milionário para proteger o seu largo pecúlio, auxiliado por um pouco motivado Pato Donald, decorrendo toda a trama, bem condimentada pelo habitual humor de Barks, em torno dos choques constantes entre os dois, até ao inesperado e divertido final.

Dessa vez, aparentemente, os irmãos Metralha saíram a ganhar, recolhendo em baldes e carrinhos de mão algum do dinheiro que jorrava por um rombo na caixa-forte, provocado pelos excessos de quem devia zelar pela segurança. No entanto, isso raramente voltou a acontecer ao longo dos anos pois, apesar dos mais mirabolantes planos, dos mais inesperados acasos ou das ideias mais loucas ou audaciosas, o dinheiro do tio Patinhas e a famosa moedinha nº1 nunca mudaram de mãos por muito tempo, terminando quase sempre os vilões em fuga ou atrás das grades, cumprindo a sua sina de personagens secundárias, mais desastrados e conflituosos do que malvados, o que contribuiu para a sua popularidade apesar de estarem do lado errado da lei.

(Caixa)
Os Irmãos Metralha mundo fora
Alemão: Die Panzerknacker
Croata: Braća Buldozi
Dinamarquês: Bjørne-banden
Espanhol: Los Golfos Apandadores
Finlandês: Karhukopla
Francês: Les Rapetou
Holandês: Zware Jongens
Inglês: The Beagle Boys
Italiano: Bassotti
Norueguês: B-gjengen
Sueco: Björnligan
Turco: Karabela Çetesi






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Ver também no blogue de Pedro Cleto, As Leituras do Pedro

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